"A Democracia e o fortalecimento do Estado de Direito são pilares fundamentais da integração regional".

48ª Cúpula do MERCOSUL: Dilma é um povo e não pode desaparecer, diz Maduro sobre impeachment

Brasília, 16 - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff na noite desta quinta-feira (17), ao chegar a Brasília para participar da XLVIII Cúpula do Mercosul. Questionado pelo sobre um eventual impeachment da presidente brasileira, Maduro afirmou que forças imperialistas de ultradireita estão em plena ação contra movimentos nacionalistas, seja na Venezuela ou no Brasil, mas, ao contrário do que ocorreu na ditadura militar, não é possível mais fazer "desaparecer" a esquerda.

Arte: @untal_ro

"Creio que as forças imperialistas da ultradireita estão arremetendo contra os movimentos progressistas, nacionalistas, patrióticos de esquerda. Estão cometendo os mesmos erros de 40 anos atrás com a Operação Condor", disse Maduro, referindo-se à operação criada em 1975 que reuniu militares de Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia em ações conjuntas, com colaboração da CIA, para o combate às guerrilhas e a outros movimentos de resistência às ditaduras militares que dominavam esses países.

"O que ocorre é que agora não podemos desaparecer, porque somos um povo, somos um povo, Lula é um povo, Dilma é um povo, nós, do movimento bolivariano, somos um povo. O povo brasileiro seguirá triunfando", comentou Maduro.

PRISÃO - Maduro chegou a Brasília horas depois de um dos líderes da oposição na Venezuela, o governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, ser convidado a comparecer a uma audiência no Senado para falar sobre a situação política do país vizinho. Proposto pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o requerimento foi aprovado pelos integrantes do colegiado.

Questionado sobre quando ia ser libertado o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, Maduro respondeu: "Só na Venezuela se critica que a Justiça funciona. Há uma campanha permanente do imperialismo pra tentar impor a justiça midiática imperial. Ninguém que tem um cargo, seja qual for, está livre de cumprir a lei nem tem imunidade."

Ledezma foi detido pelo serviço secreto venezuelano em fevereiro deste ano, acusado pelo chavismo de travar um golpe contra Maduro.





Fonte: Agência Estado, @untal_ro, Governo do Brasil
Missão Ushuaia, Venezuela. 17/07/2015.

Henrique Capriles, vai ao Senado brasileiro falar sobre a crise na Venezuela.


Brasília – A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta quinta-feira (16) o requerimento que convida um dos principais líderes de oposição da Venezuela, Henrique Capriles, para participar de audiência no colegiado. A data da participação do governador do Estado de Miranda ainda será definida pela comissão.

De autoria do presidente da comissão, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), a reunião com o político venezuelano será para discutir a situação do país em meio às proximidades das eleições legislativas – agendadas para dezembro deste ano. No requerimento, o tucano destacou que há dúvidas se o pleito “ocorrerá em um ambiente de respeito ao pluralismo e às regras democráticas”.

No último mês de maio, o colegiado já havia recebido em audiência pública a ativista Lilian Tintori, casada com Leopóldo López – líder do partido Vontade Popular – e Mitzy Capriles, esposa do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma. Os dois políticos se encontram presos pela sua posição contra o governo de Nicolás Maduro.

“A audiência pública permitiria aprofundar o diálogo com uma importante força política da Venezuela”, destacou Aloysio Nunes. “As duas missões parlamentares de senadores a Caracas, realizadas em junho, reforçaram a preocupação com a estabilidade democrática”.

Fonte: senador Aloysio Nunes
Missão Ushuaia, Venezuela. 16/07/2015.

O silêncio dos cúmplices: relatório dos senadores governistas brasileiros que foram à Venezuela.


Na foto: integrantes da segunda comissão formada por senadores 
governistas brasileiros que foram à Venezuela entregam o relatório 
ao presidente do Senado

Integrantes da segunda comissão formada por senadores governistas brasileiros que foram à Venezuela entregam o relatório ao presidente do Senado Relatório apresentado pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) sobre a Venezuela provocou intenso debate no Plenário do Senado nesta quarta-feira (15). 

No texto, ele afirma que o problema do país vizinho é a ausência de diálogo entre as forças políticas e que esse problema deve ser resolvido após as eleições parlamentares marcadas para dezembro e de um possível recallem 2016. Requião fez parte de comissão de senadores que visitou a Venezuela em junho. — A grande exigência da oposição era o estabelecimento das eleições, que foram marcadas para o dia 6 de dezembro. 

Dessa forma, eu quero dizer que nos desincumbimos dessa tarefa sem nenhum problema — disse o senador. O chamado recall é previsto na Constituição da Venezuela na metade do mandado do presidente, que, no caso de Nicolas Maduro, se dá em 2016. Para que haja esse referendo, são necessárias as assinaturas de 20% dos eleitores do país. O referendo, segundo Requião, pode derrubar um governo.


   

O senador disse ao Plenário não ter encontrado dificuldade de acesso ao país vizinho. A primeira comissão, que visitou o país uma semana antes com a intenção de conversar com presos políticos, não conseguiu cumprir a missão. A van que conduzia os senadores foi parada por manifestantes e os senadores tiveram que retornar ao aeroporto. A ida de uma segunda comitiva, chamada por senadores oposicionistas de "chapa branca", gerou críticas dos senadores na ocasião.

Críticas

O relatório de Requião gerou protestos de senadores oposicionistas. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), disse considerar positivo o fato de as eleições serem marcadas. Ainda assim, afirmou que há razões para se preocupar com o país vizinho. Ele citou casos como o da cassação da deputada María Corina Machado, uma das líderes da oposição.


— Nós todos deveremos trabalhar para que o governo brasileiro, no âmbito da Unasul, faça valer a sua força política, faça valer a sua força moral, faça valer a sua tradição democrática e aja efetivamente no sentido de trabalhar, no sentido de fazer com que o governo venezuelano abra os olhos para essa situação, abra as cadeias, permita que todos participem das eleições — disse.

Para o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que estava na primeira comitiva de senadores em visita à Venezuela, causa estranheza o depoimento de Requião sobre a normalidade naquele país. O senador disse que vê com tristeza essa posição, já que a primeira comitiva de senadores não foi bem recebida no país vizinho. O senador defendeu um compromisso com o Senado, que foi desrespeitado na Venezuela.

— A maneira como fomos recebidos mostra exatamente um desrespeito completo à instituição Senado Federal. A grosseria, a irresponsabilidade, a agressão, a violência, o desrespeito, não eram aos senadores que ali estavam. Nós estávamos em missão oficial — alertou.

Aécio Neves (PSDB-MG), que também fez parte da primeira comissão, disse acreditar que o debate sobre a situação da Venezuela já é um atestado de que não há situação de normalidade naquele país. Ele disse que essa “normalidade” de que fala Requião não é algo que gostaríamos de viver no Brasil.

Diferença de propósitos

Arte: @UNTAL_RO


A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) defendeu a segunda comissão enviada à Venezuela, da qual fez parte. Para ela, o fato de a comissão ser bem recebida não foi por acaso. Segundo a senadora, o primeiro grupo de senadores não pediu autorização ao governo e não tinha uma agenda definida, ao contrário do segundo.

A senadora também defendeu a legalidade do processo que culminou com a cassação da deputada Corina e classificou como antidemocráticas as ações de alguns oposicionistas na Venezuela.

Aécio Neves, Aloysio Nunes e Sérgio Petecão (PSD-AC) contestaram a senadora. Petecão, integrante do grupo de senadores que fez a primeira visita, disse que o debate deve levar em conta a situação difícil da Venezuela, e não as afinidades políticas dos senadores.


Telmário Mota, integrante da segunda comissão, disse que a primeira já tinha uma tendência e que por isso não foi bem recebida. O senador defendeu a ida de uma comissão ao país vizinho em dezembro para acompanhar as eleições.

Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou a segunda comitiva como equilibrada, já que os senadores conversaram tanto com opositores quanto com governistas. O senador disse que a posição do governo brasileiro é reconhecida como positiva mesmo por oposicionistas do país vizinho. O senador também defendeu uma comissão para acompanhar as eleições parlamentares em dezembro.


Fontes: Senado Federal, You Tube, @UNTAL_RO
Missão Ushuaia, Venezuela. 16/07/2015

Missão Ushuaia: cineasta brasileiro vai a Venezuela tentar mostrar realidade no país


O cineasta baiano Dado Galvão, que fez um excelente trabalho sobre o caso do senador Molina, trazido ao Brasil em operação isolada do diplomata Eduardo Saboya após ficar mais de um ano confinado na embaixada brasileira de seu país, volta à tona com um projeto humanitário, desta vez na Venezuela. Trata-se da Missão Ushuaia. Em mensagem que recebi com o pedido de ajuda na divulgação desse importante projeto, ele explicou melhor o objetivo:

Pretendemos dialogar com venezuelanos (as), como cidadãos e cidadãs integrantes do MERCOSUL, especialmente os jovens, observar, colaborar e documentar através das linguagens audiovisual (documentário), fotografar, o cotidiano pré e pós-eleições, anunciadas pelas autoridades da Venezuela para o dia 06 de dezembro de 2015.

Eu (Dado Galvão, documentarista) e o fotógrafo paraibano (Arlen Cezar), como cidadãos brasileiros no exercício da cidadania do MERCOSUL, pretendemos viajar para a Venezuela em novembro. Iniciamos nossas atividades de divulgação nas redes sociais e estamos pedindo ajuda para que seja possível viajar com tranquilidade financeira. Eis o vídeo promocional > aqui.

Está feita a divulgação, e espero que o documentarista consiga apoio para esse projeto, e também que dê tudo certo por lá, pois sabemos como os chavistas são brutamontes, ogros, bandidos dispostos a “fazer o diabo” para permanecer no poder e não largar o osso. Esse é um projeto importante para mostrar a realidade venezuelana, país cada vez mais próximo de uma guerra civil, um estado totalmente falido graças ao bolivarianismo, ao socialismo do século XXI, aquele extremamente parecido com o do século anterior em seus resultados.

O governo brasileiro do PT, nem é preciso lembrar, age como cúmplice do regime tirano de Maduro. E sim, quem votou no PT também é indiretamente cúmplice. Se está arrependido, então é hora de ajudar a mostrar a verdadeira face dessa esquerda latino-americana corrupta, autoritária e totalitária.

Fonte: Veja - Rodrigo Constantino
Missão Ushuaia, Venezuela 16/07/2015

Mercosul destaca importância da sociedade civil na construção da cidadania


Uma nova Declaração Sócio-Laboral do Mercosul será assinada pelos presidentes dos países do bloco (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela), durante a 48ª Cúpula do Mercosul, na sexta-feira (17), em Brasília. O documento está sendo finalizado pelos participantes da 18ª Cúpula Social do bloco, que ocorre até amanhã (16), na capital federal.

Segundo o alto representante-geral do Mercosul, Doutor Rosinha, o documento reconhece a sociedade civil como protagonista na construção de direitos e de cidadania no Mercosul, além de definir princípios e diretrizes que permitem aos trabalhadores cobrar seu cumprimento.

A primeira declaração de 1998 passou por revisão de uma comissão tripartite formada por representantes dos governos, dos sindicatos patronais e dos trabalhadores. “Essa nova declaração dá condição aos Estados-partes se pautarem internamente na questão do direito ao trabalho decente e de combate ao trabalho infantil”, disse Doutor Rosinha.

A Cúpula Social ocorre desde 2006 como um espaço de diálogo para ampliar e fortalecer a participação da sociedade no processo de integração regional. A proposta é discutir com integrantes do governo, do legislativo e da sociedade civil a economia solidária, os direitos humanos, as questões de gênero, o desenvolvimento sustentável e social relativos ao bloco sul-americano. A edição deste ano tem como tema “Avançar no Mercosul com mais Integração, mais Direitos e mais Participação”.


Fontes: EBC, R7
Missão Ushuaia, Venezuela 19/07/2015

Maria Corina Machado é impedida de disputar legislativas na Venezuela


Em 2014, Maria Corina Machado, (foto) participou de audiência na 
Comissão de Relações Exteriores do Senado, então presidida 
pelo senador Ricardo Ferraço

A deputada destituída María Corina Machado - um dos expoentes da oposição venezuelana - teve sua candidatura às próximas eleições parlamentares impugnada pela Controladoria Geral da República. 

Machado informou nesta terça-feira que a Controladoria enviou a seu advogado, no dia 13 de julho, uma notificação revelando seu impedimento em relação às eleições previstas para o próximo dia 6 de dezembro, mas sem explicar os motivos. 

"Recebi a notificação da Controladoria. Pretendem impugnar minha candidatura a qualquer cargo público por 12 meses", denunciou a ex-deputada no Twitter. 

Corina Machado obteve uma das maiores votações das legislativas de 2010. 

"Agem como ditadores que são; que se preparem, nós vamos atuar como a maioria que somos". 

A carta da Controladoria indica que Machado poderá apelar da decisão junto ao organismo nos próximos 15 dias e, posteriormente, ao Supremo Tribunal de Justiça, no prazo de seis meses. 

Agressão física no parlamento 

Em 2013, ainda exercendo o cardo de deputada Maria Corina, foi agredida no plenário da Assembleia Nacional da Venezuela




Machado foi destituída por decisão da maioria chavista na Assembleia em 1º de abril de 2014, por ter assistido, dias antes, uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Panamá como "representante alternativa" da Venezuela. 

A deputada foi convidada pelo Panamá - país que rompeu relações com Caracas em março de 2014 - para falar na sessão da OEA sobre os protestos que deixaram 43 mortos entre fevereiro e maio do ano passado na Venezuela.      

Em 2014, Maria Corina esteve no programa Roda Viva da TV Cultura. 



Machado, uma engenheira de 47 anos, e o líder opositor Leopoldo López promoveram a chamada "La Salida", estratégia para forçar a renúncia de Maduro por meio de protestos de rua, que degeneraram em atos de violência.



Fontes: O Estado de Minas, NTN24, TV Cultura
Missão Ushuaia, Venezuela. 15/07/2015.

Crise política e social na Venezuela na agenda dos chefes de Estados da 48ª Cúpula do Mercosul.


A 48.ª Cúpula do Mercosul, marcada para a próxima sexta-feira, em Brasília, na qual o Brasil passará a Presidência rotativa do grupo para o Paraguai, vai debater, entre outros pontos a situação social e política na Venezuela.

Outros pontos da agenda da Cúpula de chefes de Estado da organização, em que participarão ainda representantes da Argentina, Uruguai e Venezuela, são a construção de um acordo comercial com a União Europeia e a adesão da Bolívia. O Presidente boliviano, Evo Morales, pode ser um obstáculo para o acordo entre os blocos econômicos europeu e sul-americano.

“Se o Mercosul quer forjar um acordo de livre-comércio com a UE, a Bolívia terá que se retirar”, afirmou Morales no mês passado, citado pela agência noticiosa Efe. O avanço do acordo tem sido defendido pelo Brasil, mas existem divergências nas áreas industrial e agrícola além da resistência de outros membros do Mercosul.


Um dia antes, na quinta-feira, ocorrerão a 48.ª Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum e a 42.ª Reunião Ordinária do Foro Consultivo de Municípios, Estados Federados, Províncias e Departamentos do bloco.

Além dos membros plenos do Mercosul, também participarão na Cúpula os Estados Associados Chile, Peru, Equador, Bolívia, Colômbia, Suriname e Guiana. Esta será a primeira vez que o Paraguai assumirá a Presidência do grupo após a destituição do ex-presidente Fernando Lugo, em 2012, considerada pelo bloco uma quebra na democracia do país.

A Cúpula de chefes de Estado ocorre na sexta-feira, mas as últimas reuniões de trabalho comandadas pela Presidência temporária do Brasil começaram segunda-feira em Brasília.

Durante esta semana, haverá encontros do fórum de consulta e coalizão política do bloco e de Estados Associados, do fórum Consultivo Econômico e Social, e de especialistas na Redução de Riscos de Desastres Sócio-ambientais, Defesa Civil, Proteção e Assistência Humanitária.

Para hoje está agendada a realização do fórum empresarial do bloco, na cidade de Belo Horizonte, para fomentar a integração dos países nas áreas de promoção comercial e atração de investidores. Já entre os dias 14 e 16 de julho, haverá a Cúpula Social do Mercosul, com organizações da sociedade civil e movimentos sociais.



Fontes: Observador, Portugal, Governo do Brasil. 
Missão Ushuaia, Venezuela. 15/07/2015.

Todos os presidentes do Mercosul confirmam presença na cúpula de Brasília


Os governantes de Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela confirmaram presença na 48ª Cúpula do Mercosul, que nas próximas quinta (16) e sexta-feira (17) terá como anfitriã a presidente Dilma Rousseff, informaram nesta segunda-feira (13) fontes oficiais.

A cúpula será realizada em Brasília e também foram convidados os presidentes de Chile, Peru, Equador, Bolívia, Colômbia, Suriname e Guiana, cujos países têm o status de Estados associados ao bloco.

No entanto, até agora não há uma confirmação sobre a presença desses sete líderes, explicou em entrevista coletiva o embaixador Antônio Simões, subsecretário-geral para a América do Sul do Ministério das Relações Exteriores.

No entanto, o diplomata disse que há uma "forte indicação" que estarão presentes, pelo menos, os presidentes da Bolívia, Evo Morales, cujo país está em processo de adesão ao bloco, e da Guiana, David Granger.

A primeira das atividades organizadas no marco da cúpula será uma reunião do chamado Mercosul Social, que agrupa organizações da sociedade civil dos cinco países do bloco.

Os debates dos membros do Mercosul Social serão realizados entre quarta e quinta-feira e abrangerão iniciativas para dar um maior protagonismo aos movimentos sociais nas decisões do bloco e discussões sobre o papel da imprensa alternativa.

Também na quinta-feira será realizada a Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC), integrado pelos ministros das Relações Exteriores dos cinco países do bloco, à qual depois se unirão os chanceleres dos sete Estados associados.

Segundo Simões, no encontro do CMC serão analisados alguns assuntos relacionados com o processo de adesão da Bolívia como membro pleno do bloco, que já foi aprovado pelos parlamentos de Argentina, Uruguai e Venezuela.

O protocolo de adesão da Bolívia foi assinado em dezembro de 2012, quando o Paraguai ainda estava suspenso como consequência da cassação do presidente Fernando Lugo em junho desse mesmo ano.

Por essa razão, em Brasília será feita uma modificação de ordem burocrática ao protocolo, de modo que o governo paraguaio possa assiná-lo e remeter também a seu parlamento para o devido trâmite.

Na sexta-feira, os líderes de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela terão uma primeira reunião privada, à qual se unirão para uma segunda sessão os líderes ou representantes de Chile, Peru, Equador, Bolívia, Colômbia, Suriname e Guiana.

Segundo Simões, o programa oficial da Cúpula de Brasília prevê que a reunião concluirá com um almoço oferecido por Dilma aos presidentes e suas delegações, que da mesma forma que a própria cúpula será realizada no Palácio Itamaraty.

Fonte: Época - Negócios 
Missão Ushuaia, Venezuela. 14/07/2015

Nas redes sociais, venezuelanos compartilham vídeos de saques a supermercados

Vídeos de saques a supermercados têm sido muito 
compartilhados na Venezuela

Toda semana, vídeos mostrando pessoas saqueando um supermercado ou caminhão são compartilhados nas redes sociais pelos venezuelanos. Alguns são vistos milhares de vezes e mostram a crise de abastecimento de alimentos pela qual passa o país.

Com sua moeda em queda livre e altas taxas de inflação, a falta de produtos básicos tornou-se a norma na Venezuela. A crise se instaurou no início do ano, quando milhares de pessoas postaram fotos na internet de prateleiras vazias - e, agora, a situação parece ter piorado. 

Vídeos como este da imagem acima estão sendo compartilhados por WhatsApp, YouTube e Facebook. Alguns são reproduzidos pela parte da mídia que se opõe ao governo venezuelano ou são enviados diretamente a sites antigoverno. 

"Com certeza, houve um aumento do número de vídeos", disse uma pessoa que trabalha em um destes sites, o Dolar Today, ao BBC Trending. "Toda semana, recebemos entre cinco e dez." 

O problema é ser muito difícil verificar a origem, data e locais onde estes vídeos foram feitos. 

"Sem dúvida, existe a chance de eles serem falsos ou antigos. Mas a grande maioria dos casos é real", disse o porta-voz do Dolar Today, que pediu para se manter anônimo por sua segurança. 

"Tomamos muito cuidado para não publicar nada falso. Às vezes, falamos com a pessoa que nos manda o vídeo, mas, em outros casos, não achamos que isso é necessário." 

Mas por que os venezuelanos estão compartilhando estas imagens? 

Falta de informação
Imagens circulam no WhatsApp e Facebook ou enviados 
diretamente a sites antigoverno 

Uma razão pode ser o fato de que, segundo com uma pesquisa da empresa Datanalisis, os venezuelanos consideram o desabastecimento o maior problema enfrentado pelo país no momento, seguido pela inflação e a criminalidade. 

"As pessoas, principalmente das classes média e mais baixas, precisam ficar nas filas por horas todos os dias para conseguir comida e outros produtos básicos, como detergente, óleo e papel higiênico", diz Marcelino Bisbal, professor da Universidade Central da Venezuela e especialista em opinião pública. 

Outra razão, sugere o pesquisador de mídia Andres Cañizares, é a falta de informação confiável tanto por parte da mídia governamental quanto da oposição em um país altamente polarizado politicamente. 

"Isso leva muitas pessoas a compartilhar o que eles pensam ter valor jornalístico, já que não há um veículo de mídia na Venezuela que pode nos dizer o que está acontecendo", afirma Cañizares.

O post diz: 'Ajudando? Saques por fome na Venezuela' 

"Publico estas imagens para mostrar a quem é pró-governo a realidade de nosso país", disse no Twitter a usuária @aeggatite, que tuitou a imagem acima. 

Outros cidadãos ecoam estes sentimentos.

"Sou venezuelano, e me faz mal ver o que está acontecendo no meu país e como a mídia local não fala destes fatos", comentou a usuária @negritaVALIEN. 

Incerteza 

No entanto, publicar estas imagens implica em um risco: espalhar informações que podem ser falsas. 

"Estas mensagens podem servir de combustível para o sentimento de incerteza em um momento em que as pessoas estão ansiosas com o desabastecimento", afirma Cañizares. 

"Isto é muito perigoso em um país onde a política do governo é não falar nada sobre o assunto, como se não estivesse acontecendo", acrescenta Bisbal. 

O BBC Trending entrou em contato com o governo venezuelano para que ele se posicionasse sobre o assunto, mas não recebeu resposta. 

No entanto, no passado, o governo afirmou que estas imagens publicadas em redes sociais são parte da campanha contra o presidente Nicolás Maduro orquestrada por empresas privadas e governos estrangeiros.

Fonte: Gabriela Torresda, BBC Mundo para o BBC Trending
Missão Ushuaia, Venezuela, 13/07/2015

"Nada como uma guerra para tentar distrair o povo indignado".

"Maduro exige dois terços da Guiana para aplicar o golpe 
do patriota de galinheiro"

Em setembro de 2009, num post com o título “O sósia de Patton e o bolivar de hospício”, registrei que Hugo Chávez vivia à espreita de um pretexto para invadir a província de Essequibo, pertencente à Guiana desde o fim do século XIX e reivindicada pela Venezuela desde 1966. A descoberta de uma grande reserva de petróleo na região contestada animou Nicolás Maduro a exumar a aventura que o bolívar de hospício não conseguiu empreender.

Nada como uma guerra para tentar distrair o povo indignado. Nesta sexta-feira, depois de ter ordenado atrevidas movimentações militares na fronteira e no mar, o chefe de governo de um país devastado economicamente suspendeu a compra de arroz da Guiana e a venda de petróleo venezuelano à nação vizinha. “Estou convocando uma grande união nacional para o resgate do Essequibo em paz, com base no direito internacional, para dissipar as provocações feitas contra a Venezuela”, mentiu o patriota de galinheiro.

Maduro ensaia um ataque armado para apossar-se do território que, com 159.000 km², ocupa dois terços do mapa da Guiana. Leiam o texto abaixo. Não há nada a acrescentar. Basta trocar o nome de Hugo Chávez pelo do sucessor que conversa com passarinhos.


Sempre com a saúde debilitada, Nelson Rodrigues sentiu-se tão mal naquele dia que imaginou que iria morrer. Quais seriam suas últimas palavras?, quis saber um amigo na redação. “Você promete que publica?”, primeiro tratou de assegurar-se. Ao ouvir que sim, eternizou outra frase: “Que besta quadrada era o Carlos Marx”.

Ele se acharia pouco superlativo caso vivesse para ver o que virou a galharia sul-americana da árvore genealógica plantada por Marx. A árvore já foi bastante frondosa. Depois do desabamento da União Soviética, as ramificações que se estendiam pelo mundo civilizado secaram. Os galhos da América do Sul continuam viçosos e dando frutos. O mais recente tem a cara do venezuelano Hugo Chávez.

Ninguém sabe direito o que é o socialismo revolucionário bolivariano. Nem Chávez. O que está claro é que o chefe da seita é um bisneto degenerado de Karl Marx. Saiu ao bisavô, diria Nelson Rodrigues se conhecesse a besta quadrada que, há 11 anos no poder, colocou em frangalhos a democracia venezuela e não para de armar confusões no subcontinente.

“É um farsante perigoso”, resume um general destacado para a Amazônia que conviveu dois anos com o coronel cucaracha. Ele acha apenas ridículas as recorrentes ameaças de invadir a Colômbia. “Mesmo com os acordos que celebrou com a Rússia e o Irã, a Venezuela não teria a menor chance num confronto armado com o vizinho”, explica. “Muito menos arriscado é financiar as FARC, como Chávez tem feito”.

O perigo mora do outro lado, sabe o Exército e fingem ignorar o Planalto e o Itamaraty. Com pouco barulho, mas inquietante frequência, Chávez vem reivindicando a posse da província de Essequibo, que representa dois terços da Guiana e roça a fronteira norte do Brasil. Em 13 de março de 2006, por ordem do aprendiz de tirano, a bandeira da Venezuela juntou mais uma estrela às sete já existentes. A oitava antecipa a incorporação de Essequibo.

No mapa oficial da Venezuela, a província aparece assinalada com traços diagonais, que identificam territórios contestados. Chávez prometeu mais de uma vez remover a bala esses traços ─ que há dois anos desapareceram dos mapas militares produzidos pelas Forças Armadas. Em tese, a Guiana é uma presa fácil: dispõe de 1600 soldados, 3 lanchas de patrulha e nenhum avião de combate. Mas é improvável que o mundo inteiro encare a agressão absurda com a indulgência malandra dispensada pelo governo brasileiro ao companheiro delinquente.

Em 2 de abril de 1982, acuado pela crise política, o ditador argentino Leopoldo Galtieri exagerou no uísque e resolveu invadir as ilhas que chamava de Malvinas e os ingleses, donos do lugar, chamam de Falklands. Galtieri achava-se parecido com o general americano George Patton. Descobriu tarde demais que tinha alguma semelhança com o ator George C. Scott, que interpretou Patton no cinema mas não era parecido com o personagem.

Quase 30 anos depois, a Venezuela é governada por uma figura que se acha uma reencarnação de Simon Bolivar. Nem precisa de alguns tragos a mais para atacar a Guiana. Basta uma crise política. Se partir para a conquista de Essequibo, saberá que é mais prudente incorporar heróis de outros séculos num terreiro de macumba. Melhor detê-lo antes que venha a guerra.

Fonte: Augusto Nunes - Veja
Missão Ushuaia, Venezuela 13/07/15

As advertências de Mário Vargas Llosa. “Gonsalez na Venezuela”

O ex-premiê espanhol Felipe González concede entrevista (8/6/2015) 
na Venezuela ao lado de líderes do Movimento da União Democrática 
(MUD) e de mulheres de opositores presos no país 
(Foto: AFP PHOTO / FEDERICO PARRA)

Do excelente escritor Mário Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura, em artigo publicado, intitulado “Gonsalez na Venezuela”

“Estão equivocados os que afirmam que a visita do ex-primeiro-ministro espanhol Felipe González à Venezuela foi um fracasso. Diria que foi um sucesso e nos dois dias nos quais ele permaneceu em Caracas prestou um grande serviço à causa da liberdade. É verdade que não conseguiu visitar o líder da oposição Leopoldo López, recluso na prisão militar de Ramo Verde, e também não assistiu à audiência em que o tribunal decidiria sobre a abertura de um processo contra o prefeito metropolitano de Caracas Antonio Ledezma, pois as duas sessões foram adiadas pelos juízes exatamente para impedir que González tivesse acesso a elas. Mas isso serviu para mostrar a total falta de independência da Justiça venezuelana, cujos tribunais e magistrados são meros instrumentos de Nicolás Maduro, a quem servem e obedecem como cachorro.

Por outro lado, o que foi de fato um absoluto fracasso foram as tentativas do governo e burocratas do regime de mobilizar a opinião pública contra González. Num ato tão ridículo quanto ilegal, o Parlamento presidido por Diosdado Cabello – acusado por perseguidos pelo chavismo nos Estados Unidos de dirigir a máfia do narcotráfico na Venezuela – declarou o líder socialista persona non grata, mas as manifestações de rua convocadas contra ele foram insignificantes, apenas com a presença de grupos de sequazes do governo, ao passo que, em todos os lugares públicos onde González apareceu, ele foi aplaudido entusiasticamente e acolhido calorosamente por um público que agradecia o apoio que significava a sua presença para os que lutam para salvar a Venezuela da ditadura.

Seu comportamento, nesses dias, foi impecável, isento de qualquer demagogia ou provocação. Reuniu-se com líderes da Mesa de Unidade Democrática (MUD), que congrega as principais forças da oposição, e exortou-os a esquecerem suas pequenas querelas e diferenças e se manterem unidos no grande objetivo comum de vencer as próximas eleições e ressuscitar a democracia venezuelana que o chavismo tem corroído sistematicamente até reduzi-la a escombros. 

Embora todas as pesquisas indiquem que o apoio a Maduro não passa de 20% da população e os 80% restantes estão contra o regime, o triunfo da oposição não está assegurado em razão das possibilidades de fraude e de que, no desespero para se manter no poder, Maduro e seus correligionários recorram ao banho de sangue, diante dos muitos sinais observados desde a matança de estudantes no ano passado. Por isso é indispensável, como disse González, que todas as forças de oposição estejam solidárias nas próximas eleições que o regime, diante da pressão popular, prometeu para antes do fim do ano. 


Mas talvez o efeito mais importante da visita de Felipe González à Venezuela, além da coragem pessoal que significou ir ao país e solidarizar-se com a oposição democrática sabendo que seria injuriado pela imprensa e pelos jornalistas do regime, foi o exemplo que deu à esquerda latino-americana e europeia. Porque há no meio dela, e não só entre grupos e pequenos círculos mais radicais e contra o sistema, setores que, apesar de tudo o que tem ocorrido nesses anos de chavismo, ainda acalentam simpatias pelo regime e resistem em criticá-lo e reconhecer o que ele é: uma crescente ditadura cuja política econômica e a corrupção generalizada empobreceram terrivelmente o país, hoje com a inflação mais alta do mundo, índices tenebrosos de criminalidade, insegurança nas ruas, onde desapareceu a liberdade de expressão e os abusos contra os direitos humanos se multiplicam a cada dia. 

É verdade que alguns dos defensores do regime de Maduro, como os presidentes Rafael Correa, do Equador, Evo Morales, da Bolívia e Dilma Rousseff, do Brasil, o fazem com hipocrisia e duplicidade, elogiando-o em discursos demagógicos, defendendo-o nos organismos internacionais, mas evitando sistematicamente imitá-lo em suas políticas econômicas e sociais, conscientes de que, se seguirem o modelo chavista precipitarão seus países numa catástrofe semelhante à da Venezuela. 

Na Europa, o socialismo transformou-se cada vez mais numa social-democracia, tornando seus os valores liberais tradicionais de tolerância, coexistência na diversidade, respeito à liberdade de opinião, eleições livres, uma Justiça independente, compreendendo que o controle estatal da economia são incompatíveis com o desenvolvimento e o progresso. Apesar disso, na América Latina ainda persistem os mitos do estatismo. 

Felipe González prestou um enorme serviço à Espanha, contribuindo para a modernização do socialismo espanhol que, antes de dele, estava ainda impregnado de marxismo, e não havia assumido resolutamente a cultura democrática. Seu adversário de sempre, José María Aznar, realizou algo parecido com a direita espanhola, que impeliu no sentido da democratização. 

Graças a essa convergência de ambas as forças para o centro, a Espanha, a uma velocidade que ninguém imaginava, deixou de ser uma ditadura anacrônica para se tornar uma democracia moderna.” 

Fontes: Moacir Pereira, Diário Catarinense.
Missão Ushuaia, Venezuela 13 de julho de 2015

Venezuela só tem farinha até o final de julho.


Os empresários venezuelanos do setor da moagem e da produção de massas queixaram-se hoje que faltam cereais para produzir farinha e alertaram o governo de que o produto deixará de estar disponível no mercado no final deste mês.

"A situação complica-se a cada dia que passa. Apelamos ao ministro (da Alimentação) Carlos Osório à convocação das partes para os venezuelanos não sofram com a falta deste produto tão importante", disse o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Indústria da Farinha (Fetraharina), Juan Crespo. 

Em declarações aos jornalistas, em Caracas, aquele responsável explicou que a sêmola de trigo, com que se faz massa, dá apenas até ao final do mês. 

Juan Crespo acrescentou que devido à falta de matéria-prima, algumas fábricas de moagem já informaram a Fetraharina, os sindicatos e os trabalhadores, que a curto prazo "ver-se-ão obrigados a reduzir os salários", ao abrigo da legislação venezuelana que prevê que se houver suspensão de trabalho, 'pro causa fortuita', o empregador não é obrigado a pagar ordenados. 

Ainda segundo Juan Crespo, as previsões do setor incluem a chegada, nos próximas dias, de um barco com 20 mil toneladas de matéria-prima, para a fabricação de massas durante 15 dias. 

Os empresários atribuem a falta de matéria-prima às dificuldades impostas pelo sistema de controlo cambial que vigora desde 2003 na Venezuela e que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país. 

Para importar os produtos, os empresários devem solicitar às autoridades o acesso a dólares, mas são muitas as queixas na demora na autorização e na atribuição das verbas necessárias. 

Várias padarias venezuelanas foram obrigadas nos últimos dias a reduzir a quantidade de pão vendida aos clientes, devido a dificuldades para conseguirem farinha de trigo. 

Os venezuelanos queixam-se frequentemente de dificuldades para conseguir alguns produtos do cabaz básico alimentar, nomeadamente arroz, lentilhas, atum em lata, café, açúcar, leite, óleo, papel higiénico, desodorizante, sabonete e pasta de dentes, entre outros. 

Estas dificuldades fazem-se sentir também noutros setores, entre eles o de peças e materiais para viaturas. 

Fonte: Jornal de Noticias 
Missão Ushuaia, Venezuela 12/07/2015

Novo passaporte brasileiro: cidadania MERCOSUL


Nesta sexta-feira, a Polícia Federal e a Casa da Moeda lançaram a nova versão do passaporte brasileiro, que terá um prazo de validade maior e quase o dobro do preço.

O modelo que foi apresentado hoje já está sendo emitido para quem entrou com o pedido de novas expedições e renovação do passaporte desde a última segunda, 6 de julho. 

Para quem ainda tem a versão antiga, o documento continua valendo até o fim do prazo de validade. 

Veja o que muda no novo modelo: 

O prazo de validade 

O novo passaporte passa a valer por dez anos; o prazo de validade do modelo anterior expirava em cinco anos. 

O preço 

O valor para adquirir o novo modelo é de R$ 257,25 - 100 reais mais caro do que a versão antiga 

A capa 

A versão ganhou um layout com cinco estrelas representando a constelação do Cruzeiro do Sul e a inscrição "Passaporte Mercosul". 

A tecnologia de segurança 

Foi adotado um novo padrão de criptografia que, segundo a Polícia Federal, garante mais segurança aos dados gravados no chip. 





Fonte: Exame
Missão Ushuaia, Venezuela 10/07/2015

Venezuelana Lilian Tintori: "na Venezuela, protesto virou crime; quem pensar diferente vai preso. É o caso dos prefeitos, dos estudantes, e do meu marido, Leopoldo López".

Parte 1

A sabatina do primeiro Roda Viva Internacional começa com a afirmação de Augusto Nunes de que "a Venezuela já deixou de ser um estado democrático de direito", embora, para muitas pessoas, o governo venezuelano não preenche todos os requisitos de uma ditadura convencional.

Ao ser questionada como qualifica o regime de seu país, a ativista de direitos humanos Lilian Tintori crava: "No meu país, não há democracia nem Estado de Direito. Os poderes públicos não são autônomos; eles são controlados pelo Executivo, por uma única pessoa, o [Nicolás] Maduro". Na entrevista, a ativista diz que as consequência desse governo é que "não há liberdade para os meios de comunicação; os opositores são presos; e atira-se contra manifestantes", completa.

Parte 2

A repressão do governo Maduro também se revela em números quando o assunto são as prisões. "Na Venezuela, protesto virou crime; quem pensar diferente vai preso. É o caso dos prefeitos, dos estudantes, e do meu marido, Leopoldo López". Oposicionista do atual governo e líder do Partido Vontade Popular, López está preso há mais de um ano e meio, sem nem ter sido acusado formalmente. Ao falar da prisão do marido, e das consequências em sua vida, a ativista chegou a se emocionar. "Meus filhos não entendem por que ele está preso. Eu sempre digo que López está lutando pelo país, e está preso injustamente", explica.

Enquanto olha na direção do cartunista titular do programa, Paulo Caruso, Lilian diz que até os chargistas e tuiteiros de seu país estão indo para a cadeia e sendo demitidos de grandes jornais todos os dias, por retratarem a realidade opressora do governo venezuelano, enfatizando que "toda essa repressão não pode ser chamada de democracia".

Parte 3

Questionada sobre um apoio por parte do governo Dilma, a ativista lembra que a presidente do Brasil não aparece em público para apoiar as vítimas da Venezuela, e que, mais do que tudo, esse é um problema do mundo que defende. "Quando se fala de direitos humanos, não podemos usar duas medidas. Não servem reuniões privadas, elas devem ser públicas e notórias, porque se trata dos direitos de 30 milhões de venezuelanos. O que não pode é haver silêncio em nenhum país da América Latina com esta situação", completa, dizendo que espera essa ajuda do Brasil, um "país irmão".

Parte 4 (Final)

Participam da bancada desta edição: Desttodd Benson, diretor de redação da agência de notícias Reuters no Brasil; Lourival Sant'anna, jornalista; Patrícia Campos Mello, repórter especial do jornal Folha de S. Paulo; Felipe Corazza, subeditor de internacional do jornal O Estado de S. Paulo; e Fernando Tibúrcio Peña, advogado especialista em Direito Internacional dos direitos humanos. A apresentação continua com o jornalista Augusto Nunes, que permanece com a presença do cartunista Paulo Caruso para as charges durante a atração.​

Fonte: Roda Viva - TV Cultura
Missão Ushuaia, Venezuela 

"Silêncio 'inexplicável' sobre Venezuela cria flanco para oposição no Brasil"


Aliado estratégico da Venezuela na região, o governo de Dilma Rousseff observa com cautela a situação política do país caribenho, e guarda um silêncio "inexplicável", segundo a oposição, que aproveita sua suposta passividade para armar outra frente de batalha.

"Quem cala, consente. O silêncio do Brasil é constrangedor e imoral", afirmou nesta semana Aécio Neves, para quem a prisão de opositores na Venezuela é uma "causa humanitária". 

A Venezuela atravessa um período de turbulências, com políticos e estudantes contrários ao governo de Nicolás Maduro presos, em meio a uma queda acentuada das receitas do petróleo e da insatisfação popular com a disparada da inflação e a escassez de produtos básicos.

Liderado por Aécio, um grupo de senadores da oposição e da base aliada do governo viajou na semana passada a Caracas para pedir a libertação dos opositores.
Os parlamentares pretendiam visitar o líder radical Leopoldo López na prisão. Mas a comitiva brasileira não pôde chegar à prisão devido a protestos pró-chavistas que impediram sua passagem e a manifestantes que atacaram o veículo em que eles estavam. 

Cinco horas depois de aterrissar, tiveram que voltar atrás e retornar ao Brasil.

O episódio acendeu o debate e colocou novamente o governo Dilma na berlinda: por que não condena as detenções na Venezuela?

Intervir, às vezes

"O cálculo estratégico do Brasil está preso a esta leitura: [o país] tem uma aliança estratégica com a Venezuela na América do Sul e deve ter cuidado com as posições que adota", explicou à AFP Thiago Gehre Galvão, doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília.

Segundo essa lógica, para Gehre, pode-se esperar que o Brasil canalize suas ações através dos blocos regionais Mercosul e Unasul, para "blindar-se politicamente" e evitar um confronto direto com seu parceiro.

"Mas o silêncio não significa despreocupação", apontou. "O Brasil tem uma visão sistêmica da região e sabe que qualquer tipo de problema na vizinhança lhe afetará", acrescentou.

Dilma chegou a manifestar, em entrevista à CNN, em abril, seu desejo de que Venezuela liberte aos políticos opositores presos, mas em nenhum momento criticou explicitamente o governo de Nicolás Maduro. 

Em um diálogo mais recente com a televisão alemã, voltou a defender sua intenção de manter a não interferência: "No Brasil não somos golpistas. Não somos a favor de interferências e intervenções em países irmãos". 

Essa afirmação lhe valeu reclamações sobre a postura adotada pelo Brasil quando o ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo (2008-2012), também de esquerda, foi destituído de forma sumária pelo Congresso. 

Em represália, Argentina, Brasil e Uruguai suspenderam temporariamente o Paraguai do Mercosul, aproveitando sua ausência para incluir a Venezuela no bloco, uma decisão à qual o Paraguai era contra. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, criticou nesta sexta-feira o modo como a Venezuela entrou no bloco e a "contaminação da política exterior com a ideologia". "O Mercosul deixou de ser um bloco comercial para se transformar em um bloco político", argumentou. 

"A tempestade perfeita"

A chancelaria brasileira ressaltou que pediria explicações a Caracas sobre os "atos hostis" sofridos pelos legisladores brasileiros durante sua viagem. No entanto, as reações não passaram dali, tanto do lado brasileiro como do venezuelano.

"Houve um incidente diplomático muito sério e nossa resposta foi muito tímida", disse à AFP Rubens Barbosa, que foi embaixador do Brasil em Londres e Washington entre 1994 e 2004. 

"Em circunstâncias normais, o Brasil teria chamado o embaixador em Caracas para consultas", opinou. "Mas o país se relaciona com a Venezuela com base em uma visão ideológica de afinidade com o governo", lamentou. 

Na quinta-feira, outra comitiva de legisladores brasileiros, desta vez de governistas, viajou à Venezuela para se reunir-se com representantes do governo, da oposição, e até com as esposas dos líderes presos. 

Durante a visita, quatro senadores, liderados por Lindbergh Farias (PT), se reuniram com dirigentes do partido Vontade Popular, chefiado pelo líder opositor radical Leopoldo López, preso há 16 semanas e acusado de incitar a violência em protestos antigovernamentais que deixaram 43 mortos entre fevereiro e maio de 2014. 

Também participaram da reunião Lilian Tintori, esposa de López, e Mitzy Capriles, esposa de Antônio Ledezma, prefeito de Caracas detido em 19 de fevereiro deste ano por suposta conspiração, que cumpre prisão domiciliar desde abril.

Os senadores também conversaram com membros da Mesa da Unidade Democrática (MUD), coalizão opositora ao governo de Nicolás Maduro, e com vítimas das chamadas "guarimbas" (bloqueios de ruas e protestos violentos) durante 2014. 

"Nossa viagem foi sofrida. Eles agora surfam na onda preparada", ironizou um dos senadores da oposição, que denunciou um "tratamento VIP" à comitiva pró-governo.

"É a tempestade perfeita", avaliou Gehre. "Com sagacidade, a oposição está aproveitando a conjuntura crítica da Venezuela "para criar um novo campo de batalha política contra o governo".

Fonte: Diário de Pernambuco
Missão Ushuaia, Venezuela 09/07/2015  

ONU pede à Venezuela que respeite a liberdade de expressão.


O Conselho de Direitos Humanos da ONU pediu à Venezuela para respeitar as liberdades de expressão, as de associação e as de manifestação, num relatório elaborado pelo organismo e hoje divulgado no jornal local El Nacional

"O Governo foi informado das resoluções da ONU, mas não as tem cumprido, apesar de estar obrigado a tal por ser subscritor de tratados internacionais como os que protegem os direitos humanos", acusa a Organização Não Governamental o Foro Penal Venezuelano (FPV), uma das 30 ONG venezuelanas "que entregaram provas sobre violações de direitos humanos durante protestos ocorridos no ano passado."

Segundo o porta-voz do FPV, Gonzalo Himiob, "o incumprimento" demonstra "a pouca disposição do Governo em respeitar os direitos humanos" em "detrimento da imagem" da gestão do Presidente Nicolás Maduro.

O relatório das Nações Unidas aponta, segundo a imprensa venezuelana, 300 casos de detenções ocorridas em fevereiro de 2014 que foram consideras pela ONU como "arbitrárias", entre elas as de "19 pessoas que foram torturadas ou submetidas a tratos cruéis.

Segundo o FPV, foram feitas na Venezuela 3.765 detenções em 2014, das quais 2.055 permanecem com medidas restritivas da liberdade.

Por outro lado, precisa, existem 75 cidadãos presos no país por motivos políticos.

Fonte: Noticias ao Minuto - Portugal
Missão Ushuaia, Venezuela 05/07/2015

Venezuela é a mais insatisfeita da região com democracia, diz pesquisa

Descrentes da capacidade de o governo Nicolás Maduro oferecer soluções para seu país, os venezuelanos aparecem como os menos satisfeitos com a democracia na América Latina.

Um estudo do Projeto de Opinião Pública da América Latina (Lapop, em inglês), da Universidade Vanderbilt (EUA), mostrou que a Venezuela ocupa a última posição no ranking de satisfação com a democracia entre 25 países da região.

Na pesquisa, feita com cerca de 50 mil pessoas, o país atingiu 38,3 pontos em uma escala de 0 a 100.

Grupo pede a libertação do líder opositor venezuelano Leopoldo López, 
em fevereiro, em Caracas. FOTO: Boris Vergara - 18.fev.2015/Xinhua

"Quando um governo é incapaz de entregar resultados positivos aos cidadãos, obviamente cai o nível de satisfação com o funcionamento da democracia", diz Mariana Rodriguez, pesquisadora da universidade que analisou os dados da Venezuela.

O resultado apresentado nesta semana pelo Lapop é o pior desde 2007, quando o país ainda era governado por Hugo Chávez (1954-2013).

"A grande diferença entre o governo atual e o de Chávez é que Maduro não conta com o benefício do preço elevado do petróleo", diz Marcus Vinicius de Freitas, professor de relações internacionais da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap).

"Isso o obriga a repensar políticas públicas, pois o Estado está cada vez mais endividado e com uma moeda desvalorizada."

Para Freitas, Chávez, com o bom preço que o petróleo tinha no início de seu governo, pôde entregar benefícios sociais aos venezuelanos. "Mas Maduro não tem nem o carisma de Chávez nem as circunstâncias da época a seu favor."

PERSPECTIVAS

De acordo com o estudo do Lapop, apesar de a situação econômica ser relevante para a satisfação com a democracia, o maior peso vem da esperança em relação a uma agenda para o futuro.

Freitas concorda. "As pessoas na América Latina entendem que há uma crise global. Porém a grande preocupação é sobre o que os governos estão fazendo para resolver essa situação", afirma.

A Venezuela registrou inflação de 68,5% em 2014. Neste ano, porém, o governo ainda não divulgou os principais indicadores econômicos.

Segundo dados compilados pelo Lapop, 80,3% dos venezuelanos acreditam que a situação econômica é pior que nos 12 meses anteriores.

Para o FMI (Fundo Monetário Internacional), o país deve ter uma retração de 7% no PIB deste ano.

Além da apreensão pelo futuro econômico, os esforços para calar a oposição ajudam a derrubar a credibilidade de Maduro, segundo o estudo.

"Os resultados mostram que os venezuelanos são bastante favoráveis a direitos civis. Os esforços para silenciar críticos do regime podem prejudicar não só o nível de satisfação com a democracia mas também a popularidade de Maduro", diz Rodriguez

Fonte: Folha de São Paulo
Missão Ushuaia, Venezuela 05/07/2015

Por ordem do Itamaraty, embaixador não acompanhou os senadores em Caracas

Comitiva de parlamentares brasileiros era formada pelos senadores Aloysio Nunes, Aécio Neves e Cássio Cunha Lima, do PSDB. José Agripino e Ronaldo Caiado, do DEM, Ricardo Ferraço, do PMDB, José Medeiros, do PPS, e Sérgio Petecão, do PSD. 

Embaixador do Brasil em Caracas, Ruy Pereira se absteve de acompanhar a comitiva de oito senadores que foi hostilizada na Venezuela nesta quinta-feira (18). Após recepcionar os visitantes no aeroporto, o diplomata se despediu. Alegou que tinha outros compromissos. Agiu assim por ordem do Itamaraty.

O governo brasileiro avaliou que a participação direta do embaixador numa comitiva cujo principal objetivo era visitar na prisão o líder oposicionista venezuelano Leopoldo Lópes causaria problemas diplomáticos com o governo pós-chavista de Nicolás Maduro. Algo que Dilma Rousseff não quer que ocorra.

“O embaixador nos virou as costas”, disse ao blog o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), após desembarcar na Base Aérea de Brasília na madrugada desta sexta-feira (19). Vinha de uma missão paradoxal, que teve sucesso porque fracassou. 

Destratados por manifestantes leais a Maduro e retidos nos arredores do aeroporto por um bloqueio das vias públicas, os senadores retornaram a Brasília sem cumprir a agenda que haviam programado. A frustração virou êxito porque o governo de Caracas revelou-se capaz de tudo, menos de exibir seus pendores democráticos. 

“Entre a cumplicidade com o regime ditatorial de Maduro e a assistência a cidadãos brasileiros em apuros, a nossa diplomacia preferiu o papel de cúmplice”, queixou-se o tucano Cunha Lima. “O que aconteceu ficou acima das piores expectativas”, ecoou o também tucano Aécio Neves (MG). “Uma missão oficial do Senado foi duramente agredida e o governo brasileiro nada fez para nos defender.” 


Horas antes do desembarque dos senadores na Base Aérea de Brasília, ainda na noite de quinta-feira (18), um grupo de deputados estivera no Itamaraty para conversar com o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores). Enquanto aguardavam pelo início da audiência, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) acionou o viva-voz do celular para que os colegas ouvissem um relato direto de Caracas. 


Do outro lado da linha, o senador Ricardo Ferraço contou o que sucedera. E realçou a ausência de Ruy Pereira, o embaixador brasileiro em Caracas. Assim, armados de informações recebidas do front, os deputados entraram no gabinete do chanceler Mauro Vieira dispostos a crivá-lo de perguntas incômodas. 

O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) indagou: por que o embaixador recebeu a comitiva de senadores no aeroporto e foi embora? O ministro alegou que o diplomata não poderia acompanhar os visitantes numa incursão ao presídio onde se encontra o oposicionista Leopoldo Lópes. Sob pena de provocar um incidente diplomático.

Charge: Roque Sponholz

Raul Jungmann foi ao ponto: de quem partiu a ordem? O chanceler informou que o embaixador seguiu orientação do Itamaraty. Jungmann insistiu: então, ministro, o senhor está declarando que o governo brasileiro deu a ordem para que o embaixador se ausentasse? O ministro respondeu afirmativamente.

Pouco depois desse encontro, o Itamaraty soltaria uma nota oficial sobre o fuzuê de Caracas. Em telefonema para Dilma, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cobrara uma manifestação formal de repúdio do Executivo. O texto anota que “o governo brasileiro lamenta os incidentes que afetaram a visita à Venezuela da Comissão Externa do Senado e prejudicaram o cumprimento da programação prevista naquele país.”

Não há na nota nada que se pareça com uma crítica ao governo de Nicolás Maduro. “São inaceitáveis atos hostis de manifestantes contra parlamentares brasileiros'', escreveu o Itamaraty, como se desse crédito à versão segundo a qual os militantes que cercaram a van que transportava os senadores brasileiros brotaram na hora e no local exatos sem nenhuma interferência do governo venezuelano.

Como que farejando a repercussão negativa da ausência do embaixador na hora da encrenca, o Itamaraty enumerou os serviços prestados pela embaixada brasileira em Caracas. “Solicitou e recebeu do governo venezuelano a garantia de custódia policial para a delegação durante sua estada no país, o que foi feito'', diz a nota. “Os policiais, embora armados, assemelhavam-se a agentes de trânsito do Brasil”, comparou o tucano Cunha Lima. “Nada fizeram para conter as hostilidades. Se a coisa descambasse, não creio que impediriam o pior.” 

“O embaixador do Brasil na Venezuela recebeu a comissão na sua chegada ao aeroporto”, acrescentou o Itamaraty em sua nota. E Cunha Lima: “Sim, recebeu, mas virou as costas e foi embora”. 


   

“Os senadores e demais integrantes da delegação embarcaram em veículo proporcionado pela Embaixada, enquanto o embaixador seguiu em seu próprio automóvel de retorno à embaixada. Ambos os veículos ficaram retidos no caminho devido a um grande congestionamento”. Se o embaixador ficou retido, ninguém soube. Impedidos de prosseguir, os senadores viram-se compelidos a retornar para o aeroporto. O diplomata Ruy Pereira não deu as caras.

O texto do Itamaraty compra como verdadeira uma informação contestada pela venezuelana María Corina Machado, deputada cassada por divergir de Maduro. O bloqueio foi “ocasionado pela transferência a Caracas, no mesmo momento, de cidadão venezuelano extraditado pelo governo colombiano”, sustentou o documento da chancelaria brasileira.

E María Corina, no Twitter: “Está totalmente trancada a autopista porque ‘estão limpando os túneis’ e por ‘protestos’. Se o regime acreditava que trancando as vias impediria que os senadores constatassem a situação de direitos humanos na Venezuela, conseguiu o contrário. Em menos de três horas, os senadores brasileiros descobriram o que é viver na ditadura hoje na Venezuela.'' 

“O incidente foi seguido pelo Itamaraty por intermédio do embaixador do Brasil, que todo o tempo se manteve em contato telefônico com os senadores”, acrescentou a nota oficial. “O embaixador ficou nos tapeando pelo telefone”, contestou Cunha Lima. Recebeu orientação do Itamaraty para fazer isso.” 

Ainda de acordo com a nota do Itamaraty, o embaixador Ruy Pereira “retornou ao aeroporto e os despediu [sic] na partida de Caracas.'' Na versão de Cunha Lima, o retorno do diplomata serviu apenas para reforçar a pantomima. “Ele dizia que estava muito distante. Quando decidimos partir, apareceu em menos de cinco minutos. Eu me recusei a cumprimentá-lo. O senador Ricardo Ferraço também não o cumprimentou. 

“À luz das tradicionais relações de amizade entre os dois países, o governo brasileiro solicitará ao governo venezuelano, pelos canais diplomáticos, os devidos esclarecimentos sobre o ocorrido”, encerrou a nota do Itamaraty. Para os congressistas, quem deve explicações no momento é o governo brasileiro. 

O deputado Raul Jungmann formalizará na Câmara pedido de convocação do chanceler Mauro Vieira e do embaixador Ruy Pereira para prestar esclarecimentos no plenário da Câmara. Cunha Lima requisitará a presença da dupla na Comissão de Relações Exteriores do Senado. De resto, os parlamentares se reunirão nesta sexta-feria, na liderança do PSDB no Senado, para decidir as providências que serão adotadas em reação aos episódios de Caracas. Uma delas é cobrar do governo Dilma que coloque em prática a cláusula democrática prevista no tratado do Mercosul. 

Fonte: Blog do Josias
Missão Ushuaia - 19/06/2015